LUTO

Essas Ultimas semanas foram bem difíceis, o coração ficava apertado e machucado a cada noticia que vinha.
Estava para escrever aqui a um tempo, sobre tanta coisa, e na semana do feriado de 21 de Abril, tudo mudou, ficou escuro, triste e doido.

Minha cabeça e meu coração já estava um pouco balançado pelo fato de fazer um ano da minha viagem, a viagem que mudou minha vida, como vocês bem sabem, coloquei tudo aqui, meus receios, a preparação, e durante quando conseguia uma boa conexão. Foram bons momentos e lembrar deles, já me deixava um pouco triste, e feliz por vivido, mas a saudade é a que mais dói.

Passei o feriado bem quietinha,e quando chega a noite, recebia uma ligação que deixou ela mais escura e vazia. Um amigo muito querido faleceu, e tudo girou e ficou muito vazio. Ele é um dos parentes que íamos visitar em Catanduva, e doeu mais ainda porque o ano novo passamos com eles, foi uma das melhores passagens de ano que eu tive. Nos últimos anos não era uma pessoa muito de família, ou achar que família era tudo isso, como eu também já comentei aqui antes, e eles me mostraram como era possível sentir isso novamente com apenas 1 semana de cumplicidade e alegrias.  Foi um dos raros anos que não me preocupei com que roupa ou cabelo eu usaria, a principal atividade era se divertir e celebrar estar entre pessoas queridas, e ser felizes e agradecer o que temos.

Pensar que a pouco tempo estava lá com ele, vê-lo e pensar que pouco tempo depois receberia essa noticia. Foi bem complicado. Fui ao enterro, queria estar lá, pra dizer adeus, pra estar com meus primos e ajudar no que for preciso. Foi mais difícil do que eu esperava, foi mais triste e dolorido do que eu pensava, eram 6 horas de viagem e a cada minuto eu lembrava de alguma coisa, do jeito dele, das coisas que ele tinha. Os momentos que passamos nesse final de ano. O que mais doeu logo no começo foi chegar na rodoviária, quem nos recebia sempre era ele, com aquele abraço que só ele tinha.

Como eu disse a tempos atrás, eu nunca tinha perdido ninguém tão próximo e tão querido, hoje eu sei como é esse sentimento, sei também que ele demora muito a passar. Quis chorar tudo que eu achava que iria chorar, queria passar todo o processo, na hora achei que a dor, a tristeza passaria um pouco mais rápido. Vi tudo, passei tudo, vi o caxão ser fechado, e ai caiu a ficha que ele não vai voltar, que não é um sonho ou um terrível pesadelo. Fiquei por lá 4 dias, pra ajudar a esposa com algumas coisas, mas em nenhum momento tive coragem de sentar na cadeira dele, porque a cadeira é dele, quando ele voltava do trabalho era lá que ele sentava e era disso que eu lembrava. E ainda agora descrevendo essas coisas que eu passei, eu choro, de dor, de saudade, uma saudade que vai durar sempre.

E pensar que ele faleceu no mesmo dia que meu avô, eu nunca o conheci, ele faleceu antes que eu pudesse conhece-lo, mas sempre achei que existia uma ligação entre nós, uma coisa que nem eu sei explicar, o que tornou o dia 21 ainda mais pesaroso esse ano. Sempre ouvi falar tantas coisas boas sobre ele, de pessoas diferentes, me lembra o Milton, e tenho certeza que o céu está bem animado com ambos lá.

Amo vocês demais, obrigado por tudo. Saudades!

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