In memorian

Me veio uma lembrança, muito dolorosa, acho que até hoje nunca tinha me sentido assim mesmo após dois anos se passado.
Nessa mesma data de hoje, a dois anos atrás falecia o Kaue, falei sobre ele em duas oportunidades no dia do seu falecimento aqui, e quando falei de sentimentos aqui, talvez nunca tenha falado com ninguém mais abertamente sobre isso, e nem sei porque, eu só sei que doí de lembrar. A última memória que tenho dele (pois o vi pouquissimas vezes), é de vê-lo como um bonequinho, e minha amiga Amanda falando dele, coisas a respeito dele.
Para os que não conhecem a história eu vou contar uma parte dela aqui, como disse anteriormente minha amiga Amanda, a qual conheço a mais de 10 anos, ficou grávida muito jovem, mas só fiquei sabendo pouco tempo depois, mas infelizmente acabou se tornando uma gravidez de risco, por complicações na gestação.
Quando ela iria completar 6 meses de gestação ela já sentiu as contrações e foi levada ao hospital, e a bolsa tinha estourado, eu e a Carine, aquela famosa do cantinho da Ká, ficamos sabendo e logo que saímos do trabalho fomos para a maternidade, pra dar força de certa maneira, e junto com os familiares esperar. Acho que ficamos das 17h, até mais ou menos as 21:30h e ela ainda no trabalho de parto, tive até a oportunidade de falar com ela no dia, dizer que ia dar tudo certo.
Logo no sábado de manhã recebo a noticia que ele nasceu, mas tinha que ficar na incubadora por precaução, pelo tempo de gestação dele e pra evitar maiores complicações.
Passou-se algum tempo, e no dia 13/11/08, eu recebo a noticia que ele não aguentou e veio a falecer, eu estava no trabalho e vi meu mundo desabar, por um lado eu fiquei feliz, pois sabia que era muito dificil pra um bebê prematuro sobreviver, as complicações que se seguia, o sofrimento da família, mas mesmo assim fiquei triste pois criei um carinho tão grande por ele, rezava todos os dias por ele, pela família, e simplesmente fiquei sem chão.
Uma tristeza que eu nunca havia sentido me inundou com a mesma intensidade que vem agora enquanto escrevo para vocês. Fui a missa, rezei por ele, e passei pela pior parte dessa história o velório. Nunca tinha ido a um velório em minha vida, nem mesmo do meu bisavô até porque era muito pequena e minha mãe não deixou, era um velório de uma criança, aquela criança filho da minha melhor amiga, aquela criança que eu amava, mesmo pelo pouquíssimo tempo que a vi.
E nesse dia eu chorei como nunca havia chorado antes, dando força pra minha amiga, e tentando procurar forças pra mim mesma, eu olhava pra ele e via um bonequinho, uma criança linda, uma criança que não era minha mas eu amava, tinha um carinho especial.
Como disse no começo é doloroso pensar, as cenas são tão vivas como se estivessem acontecendo agora, tudo que se passou naquele dia, e também dali em diante são vivas até hoje.
Mas eu sei que agora onde ele está é muito melhor, é nosso anjinho, que está lá em cima por nós.
Meu anjinho Kaue.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ninguém te prepara para o Adeus...

Lá vamos nós. Só que dessa vez um pouco diferente.

Uma carta aberta ao meu Ex